24 de set. de 2009

A Capela dos Ossos


Logo na entrada, nos deparamos com a seguinte frase: “Nos ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”.

A Capela dos Ossos está localizada na cidade de Évora, Portugal, no interior da Igreja de São Francisco. Fora construída por monges franciscanos no século XVII (1776), como lembrança da imortalidade.

Conta-se que sua construção se iniciou após um terrível desastre, a destruição da pequena cidade, causada pela explosão de um paiol. Estima-se que nessa tragédia, mais de dois terços da população pereceu. Os ossos das vítimas da tragédia foram utilizados como revestimento para o interior da capela. O número de crânios fora calculado em torno de 5.000.


Sua estrutura é composta por 3 naves de 18,70m de comprimento, por 11m de largura. As paredes e pilares são ornamentados com ossos e crânios, do chão até o teto. As abóbodas estão pintadas com temas que nos remetem à morte.

Dizem, que no tempo em que fora criada, haviam certos cultos que se identificavam por coisas macabras e pela nocrofilia...



Atualmente, a capela não recebe mais cultos, e é visitada por mais de 140 mil turistas todos os anos.


Uma coisa é certa, é um local de meditação sobre a vida e a morte. Não há como sairmos indiferentes de um lugar como esse...


Poemas no interior da capela


Poema sobre as caveiras

As caveiras descarnadas

São a minha companhia,
Trago-as de noite e de dia
Na memória retratadas
Muitas foram respeitadas
No mundo por seus talentos,
E outros vãos ornamentos,
Que serviram à vaidade,
E talvez...na eternidade
Sejam causa de seus tormentos.

 
Poema sobre a existência
 
Aonde vais, caminhante, acelerado?

Pára...não prossigas mais avante;
Negócio, não tens mais importante,
Do que este, à tua vista apresentado.
Recorda quantos desta vida tem passado,
Reflecte em que terás fim semelhante,
Que para meditar causa é bastante
Terem todos mais nisto parado.
Pondera, que influído d'essa sorte,
Entre negociações do mundo tantas,
Tão pouco consideras na morte;
Porém, se os olhos aqui levantas,
Pára...porque em negócio deste porte,
Quanto mais tu parares, mais adiantas.

Soneto atribuído ao Padre António da Ascensão Teles, pároco da freguesia de São Pedro (na igreja de São Francisco) entre 1845 e 1848.


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Fontes:
http://www.guiadacidade.pt/portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_dos_Ossos
http://estradapoeirenta.blogspot.com/

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